segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Encerramento do Programa Gestar II Língua Portuguesa em Caxias do Sul (RS) - Gerusa










Na noite de 15 de dezembro de 2009, cursistas, formadora e coordenadora pedagógica confraternizaram na Pizzaria Giordani em comemoração ao encerramento do programa Gestar II Língua Portuguesa no município de Caxias do Sul (RS). A pizzaria é conhecida na cidade pela sua decoração original, que contempla embalagens, objetos e propagandas antigas.

Também participaram do encontro formadora e cursistas do Gestar II de Matemática. Na ocasião ocorreu a entrega dos certificados do programa às cursistas presentes.

Acima, fotos da janta e vídeo de encerramento.


Ensaio sobre o filme "Língua: vidas em português" - Gerusa (Caxias do Sul - RS)

O documentário do diretor Victor Lopes (2001) intitulado “Língua: vidas em português” é um retrato da pós-modernidade que revela a força exercida pela língua na cultura de um indivíduo. Neste mundo pós-moderno, a globalização trouxe consigo a mestiçagem, o multiculturalismo, porém, através da língua, o homem perpetua uma identidade, uma pátria, uma origem, uma cultura. É por meio da língua, também, que o homem expressa seus sentimentos, a valorização da pátria que deixou para trás, estando ele em qualquer parte do mundo, como evidencia muito bem o filme.
“Língua: vidas em português” mostra diferentes contextos, por todo o mundo, de uso da língua portuguesa e as influências culturais e linguísticas que vão agregando-se a esta língua em países como Índia, Moçambique, Portugal, Brasil, Angola, Guiné-Bissau e Japão. No documentário, o escritor José Saramago expressa essas influências ao dizer que “não há uma Língua Portuguesa, há línguas em português”. Por sua vez, o escritor e biólogo moçambicano Mia Couto também revela essa percepção ao concluir que “não se está a viajar do ponto de vista geográfico, mas se está a viajar por pessoas”. Assim, identifica-se uma unidade geográfica estabelecida por meio da língua falada por pessoas diferentes, mesmo estando elas em países distintos.
Percebe-se, assim, que todas as personagens perpetuam sua identidade por meio da língua materna, de forma consciente ou não. É a língua que mantém viva a sua origem, a lembrança saudosista de sua pátria, mesmo sofrendo as influências do tempo e do contexto histórico em que ela ocorre.
O documentário obteve sucesso ao inserir a língua em contextos familiares/afetivos. Assim como a língua aproxima o homem de sua origem, tornando-se elo entre pessoas mesmo muito distantes, o professor de língua também tem um papel importante no enriquecimento ou empobrecimento das experiências comunicativas dos alunos, no interesse ou desinteresse despertado em seus alunos pelo seu objeto de trabalho. Cabe a ele, sem dúvida, uma função crucial no processo de desenvolvimento da competência sociodiscursiva de seus pupilos. Ao proporcionar o acesso a diferentes contextos de leitura e produção textual, o professor fornece subsídios para que seus alunos desenvolvam habilidades essenciais e tornem-se cada vez mais atuantes e cidadãos.
Fazendo referência à personagem do filme chamada Dinho, jovem estudante moçambicano que tinha acesso a outras realidades através de uma parabólica, pode-se dizer que a função do professor é ser um propagador de outros mundos, incentivando seus alunos a buscarem outras perspectivas, ampliando seus horizontes, suas possibilidades de vida, e tudo isso, através da língua.